Tuesday, December 19, 2006

 

Acreditar em alguma coisa é melhor do que não acreditar em nada. Mas se vão correr a increver-se numa seita suicida, mais vale irem ver televisão.

O problema são os roupões. Deixam entrar o frio por baixo, e quando caimos redondos depois de bebermos o ponche de cianeto, é provável que as nossas partes púdicas fiquem à mostra. Derivado ao frio que entrou antes, é provável que haja um efeito shrinkage que dê origem a gargalhadas em vez de consternação, quando abrirem as catacumbas sagradas.
O outro problema começa, como quase todas as histórias de expectativas frustradas, numa esperança. Uma fagulha que nos faz sentir bem. Um chama que traz a força da ilusão de uma certeza. E as pessoas adoram certezas. Mesmo muito. Chão sólido debaixo dos pés, camas de gaveta, rentes ao chão, sem espaço para alojamento de inseguranças, que crescem como bolas de cotão e deixam o sabor amargo da angústia, quando reparamos que vamos ter muito trabalho para as limpar. Transtorna totalmente a ideia de macacos no sotão. De maneira gradual e insidiosa começamos a ver filmes bonitos na nossa imaginação, de coisas boas que gostavamos que fossem reais, e que o nosso cerebro num impulso bizarro de mosoquismo se encarrega de tornar plausíveis e verossimeis. Mesmo que sejam mais improváveis que ganhar o euromilhões sem apostar. Que são as mesmas hipoteses de um raio atingir um submarino num copo de água. Subitamente, parece que nós vamos estudar que nem maníacos, dotados de sentido de responsabilidade divino, ou que tudo o que aquela rapariga que não nos sai da cabeça faz, é no sentido de nos engatar, ou que o sporting vai ser campeão, ou mesmo que vamos ganhar o euromilhões. Pois. O que quero dizer restringe-se mais à rapariga, o resto é para disfarçar. Vou transcrescrever um excerto que um ''amigo'' escreveu:
''Tenho que confessar um atraso de desenvolvimento nesta fase. Se gosto de uma rapariga, não sou capaz de o mostrar convenientemente. Como ditam as normas de cortejo da nossa bela sociedade. Em vez disso começo tipo puto no recreio a ignorá-la e mesmo a ser desagradável. Tal qual Freud esplicou na sua complexa teoria da sexualidade. Quando era mais novo, no recreio, atirava-lhes areia, ou puxava-lhes o cabelo, ou dava-lhes pontapés nas canelas. Na ladiesnight da discoteca local na semana passada voltei a por em prática estas técnicas de engate, mas, ou o meu hálito deixou a desejar, ou há menos raparigas a ler freud que eu imaginei. Quando vieram os seguranças e utilizaram algumas das técnicas em mim, tentei explicar-lhes que não tinha qualquer interesse em interacções alegres, mas eles lá continuaram com o mesmo ritual de cortejo que eu tinha posto em prática com várias raparigas... No fim, lá perceberam e ficaram-se só por me dar uma grande carga de porrada, sem contactos alegres''.
Não sei porquê... Não sei. Mas um texto tresloucado é a melhor maneira de recomeçar a escrever!

Comments:
E recomeças bem!!! Bem-vindo de volta, pá!
 
eh pah... já há algum tempo que não vinha cá... por acaso é mesmo verdade. raios para as pessoas e as suas certezas! a única coisa que estou certa é de que estou viva agora, e mesmo isso muitos exitencialistas iriam criticar com um fervoroso desespero de quem se sente frustrado por não ter certezas. o ridículo humano é, no mínimo, engraçado, para não dizer hilariante... é necessário rir face ao desespero de não saber... porque a indiferença ao real (que provavelmente é o principal motivo de certezas) é... mais sisuda... como a senhora que dá informações no balcão do hospital. nem sei porque é que me lembrei disto agora... mas.... os roupões rulam!(e se eu tivesse 13 anos até me podia safar com este final...)
 
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Mas que visão tão cínica. Essa coisa da esperança é fixe. Se uma te foder, esquece-a e agarra-te a outra! É o meu lema! :P

Atao e irmos apanhar uma tala? Tou mesmo com vontade!
********
 
Andam ai fora a circular elas! Mas pas apanhar temos que sair!
 
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