Tuesday, April 17, 2007

 

E à direita mais um bicho estranho a fazer o pino...

Subitamente fiquei com a impressão que o sentido da vida passa por falar para o boneco e transfomar cafeína em linhas flourescentes por cima de cópias de má qualidade...

Monday, March 26, 2007

 

But he kept rambling on... Not 'cause there was any reason for it... just want to move on

Independentemente da maneira como as coisas se apresentaram aos olhos do observador, há circunstâncias que nos falam a todos de maneira idêntica. Existem tendências pessoais que se matizam uma panóplia de sentimentos prováveis, as quais têm um efeito tão menos intenso, quanto a severidade da situação. Se nos referirmos a experiências dramáticas. Mas as reacções são espectros irrequietos, e desencorajam mesmo o mais resoluto a formar opiniões definitivas sobre a mente humana.
No entanto, o comentário de escape de que os cursos de sociologia não servem sequer para estrelar ovos, pode ser um extremo indesejado pelos que não querem ser rotulados de cépticos irrecuperáveis...

A sua respiração quebrou-se abrupta e silenciosamente. Os músculos das costas retesaram-se instintivamente, e levantaram ligeiramente o cobertor. Os seus olhos abriram-se, só para encontrar o mesmo escuro a que já estavam habituados no aconchego das pálpebras. Ainda antes de tomar consciência do resto do corpo, teve a impressão clara que alguma coisa tinha acontecido. Instintivamente, a sua cabeça rolou para a esquerda. Três números flutuavam no quarto, feitos de vermelho pálido. 3.43.
Conhecia o seu sono. Era leve e irritadiço, mas não o libertava sem motivo para o estado de vigília com muita frequência. Levantou-se, tacteando o chão com o pé descalço, ao mesmo tempo que o colchão soltava um ligeiro gemido. Sentiu o coração apertado, os sentidos despertos e uma estranha lucidez, dada a hora da noite, enquanto caminhava cautelosamente para a cozinha. Os seus olhos viam formar-se sombras, à medida que se misturavam com a escuridão, mas desde que se conseguia lembrar, não sabia ver as coisas de outra maneira. Preocupava-se mais com manter as sombras no seu campo visual, do que averiguar de que eram feitas.
Chegou á bancada e misturou o pó castanho com o leite que acabara de aquecer. Sabia que não ia dormir mais, e tinha desistido de lutar com essa vontade. Mais valia fazer da insónia o seu propósito, com café. Odiava perder ao ponto de nem tentar. Há medida que se acomodava no sofá e acendia a televisão, os seus pensamentos foram-se tornando mais leves, na antecipação do calmo estado de hipnose induzido pelas televendas.
Colchões insufláveis, anéis de ouro branco, trens de cozinha, ferramentas de bricolage, óculos de sol ajustáveis, cintas adelgaçantes, previsões do futuro, colecções de CDs dos anos oitenta, noventa, dos mais românticos, dos mais mexidos, dos mais descontraídos, máquinas de fazer sumo, de fazer gelados, de fazer saladas e, claro, um exército inteiro de instrumentos coloridos que moldam os abdominais. Não deixava de ser um pouco desconcertante que os produtos que eram vendidos ás quatro da manhã estivessem completamente desprovidos de orientação em relação a mercados alvo.
‘’Isto é um bocado estúpido. Os gajos que produzem isto não fazem ideia do que é o mundo real. Não estou a ver donas de casa a levantarem-se ás quatro da manhã para verem coisas para comprar, e as tentativas desesperadas que eles fazem para fazerem as pessoas sentirem-se mal com o próprio corpo, não devem ter grande receptividade nos desempregados que possam estar acordados a esta hora. Porra, a única maneira de me fazerem levantar agora mesmo, e pegar no telefone é anunciarem garrafões de 5 litros de valium, e mesmo assim acho que...’’
Sentiu uma satisfação interior. Estava habituado a ouvir-se a si mesmo falar, e a regozijar com as conclusões absolutamente brilhantes a que chegava. As televendas tinham sido feitas a pensar na credulidade e na ignorância, e apelavam ao mesmo instinto que um dia tinham apelado os saltimbancos e as feiras. Tinham a agressividade do marketing guerrilheiro, e a capacidade persuasiva de um feirante na Praça de Espanha. Enquanto uma senhora de decote pronunciado e sorriso de hospedeira dizia que aquele faqueiro custava não mil, não cem, mas dez, ele lembrou-se de um qualquer capítulo de um livro que tinha lido há anos, que abordava as técnicas de venda de carros em segunda mão, durante a grande depressão nos EUA. Não pode deixar de sorrir para si mesmo, enquanto pensava que as maneiras de enganar as pessoas se tinham mantido ao longo do tempo, talvez estivessem até mais simples, inferindo depois conclusões, para ele óbvias, úteis na sua teoria que a estupidez é galopante, e infecta grande parte da população mundial.
A casa estava silenciosa, inserida como uma peça de lego nos prédios envolventes que formavam o beco das canas verdes em Lisboa. As suas traseiras davam para um desses espaços defendidos em todas as direcções por edifícios, cujo acesso se faz apenas por uma rua tímida, pejada por pinturas de adolescentes menos tímidos, influenciados por um sentido artístico apurado pela cultura hip-hop urbana, por situações familiares precárias, e por ecrãs de televisão que emitem mensagens contraditórias com o mundo envolvente, e muitas vezes consigo próprias. Havia também um relvado diminuto e algumas árvores que escondiam os pisos superiores dos prédios.

Monday, March 19, 2007

 

Totally forgot about this

Hoje era natural escrever sobre qualquer coisa intelectualmente significante. Estive a dissecar o cerebro a neuro, e à falta de conhecimento profundo sobre o assunto, divagar indolentemente acerca de questões sobre a filosofia da alma, imaterial e independente do corpo, ou intricadamente ligada ao mesmo, poderia parecer uma alternativa apetecível.
Passei a tarde de ontem a estudar bioquimica, mas a materia parece que não acaba. Encontrei um amigo no barco que me falou de campo santana... um dia normal. Cheguei a casa cansado, à noite, assim como era de noite quando saí ás seis e meia da manhã. Quando pus a chave na porta tive a impressão indolente que aquele dia não tinha acontecido. Que tinha acabado de sair de casa, que o dia ia começar agora, e que tinha caído na espiral da normalidade que torna as coisas parecidas completamente desinteressantes, ao ponto de quase deixarem de existir. E o pior é que não estava infeliz com isso. Queria viver aquele dia outra vez. Queria ter feito mil coisas que não fiz.
Não sei se relacionado com isso, sonhei contigo outra vez... Tu estavas no meu sonho. Claro que por absurdo excesso de zelo podiamos dizer quem estava no meu sonho não eras tu, mas a imagem que eu tenho de ti. Claro que tudo isto assenta na presunção que te conheço minimamente, ou que pelo menos o meu subconsciente conhece. Ou não? Será que isto é apenas o caminho mais lógico, e por isso o mais percorrido? Eu sou eu, mas no meu sonho apareço como a imagem que eu tenho de mim próprio.
Achas que as pessoas nos sonhos são elas mesmas? Tudo depende do próprio conceito do que é uma pessoa. Muita gente diria (eu diria...) que uma parte de nós é feita pelas ideias que os outros têm de nós.
Claro que não seria a maior, nem a melhor parte, senão como poderíamos dizer que não nos interessa, ou que não é importante, o que os outros pensam de nós? Mas não deixava de ser uma parte de nós. Se virmos bem, isto não é inteiramente verdade, porque senão como explicavamos o medo da rejeição?
Acho que a resposta está numa gradação progressiva. Aquilo q as pessoas que gostamos pensam acerca de nós acaba por ser importante. Assim, podemos dizer, de maneira um bocado abusiva que as pessoas de quem gostamos têm um bocado do nosso eu com elas.
Anyway, e para não te aborrecer mais, achas que eras tu no meu sonho? Gostava de acreditar que sim...

Tuesday, February 27, 2007

 

Stuck on a deadend tale

''My job consists of basically masking my contempt for the assholes in charge, and, at least once a day, retiring to the men's room so I can jerk off while I fantasize about a life that doesn't so closely resemble Hell''

Friday, February 23, 2007

 

Porque Deus escolheu a América para liderar o mundo civilizado

Precisamente por esta ser uma temática crivada do mais profundo celeuma, torna-se essencial fazer ouvir a nossa voz contra algumas das gritantes injustiças que têm tomado lugar.
É preciso meter as coisas do lado certo da barricada do bem e do mal: A América defende o bem. Disto ninguém tem dúvidas. Podem dizer o que quiserem mas isto não conseguem negar. Aqueles que o põem em causa, têm lacunas graves na maneira como conhecem o mundo. Se calhar aqueles que acham que os EUA, não deviam invadir a Coreia do norte, deviam ir passar férias a pyongyang. Para verem como são os vilões à séria. E aqueles pseudo intelectuais de esquerda que andam paí a dizer que os EUA querem conquistar o iraque, deviam era estar agradecidos, porque quando o Hilter andou por aí foi a américa que nos salvou de sermos todos mortos.
Eu queria ver se fossem vocês que tivessem a vossa família nas torres gémeas quando vieram de lá os monhés e mandaram aquilo tudo abaixo. Já não estavam ai a falar. Queriam justiça. Conseguiam viver todos os dias com medo? Sem sabem se alguém vos ia mandar uma carta com antraxe? Claro que não. Queriam logo era partir aquela merda toda. Toda a gente sabe que o saddam e o bin ladem faziam churrascos os dois lá na arábia, enquanto planeavam degolar os cãezinhos bebés do calendário da scottex. Os adoradores do Alá que têm a mania de se fazer explodir em cima de crianças orfãs com cancro, deviam ser castigados a valer. Se fosse comigo eu mandava bombardear todos esses mestiços de barba por fazer, e cheios de cáries, com bombas nucleares e bombas fortes e tanques que era para aprenderem. Mas a América não. Eles não fazem isso, porque matar inocentes vai contra a sua natureza. Ninguém consegue apontar nada à America na sua política externa ao longo dos anos, sem ser cuidado ás vezes demasiado zeloso pelos direitos humanos. A democracia foi inventada por eles. E essas pessoas que dizem mal deles são anti-democratas, comunistas ortodoxos que vigarizam as pessoas e têm irmãs levianas, e mães de vida fácil.
E o Alá que diz que as mulheres se devem vestir tipo saco de batatas, e que as nuvens estão carregadas de virgens pós kamikazes devia era aprender umas coisas com Jesus. Jesus é amor. E esses fanáticos da religião do ódio, são pessoas sem sentimentos. Invejosos! Têm inveja dos Americanos, por causa da vida boa deles. Por causa das cidades bonitas, e do céu mais azul, e dos filmes, e das gilletes. Eles não têm culpa de terem uma vida tão boa. E de serem mais bonitos. A América é a terra das oportunidades. Toda a gente sabe que têm uma vida boa e grandes carros, e aventuras, onde os bons ganham sempre. Por causa de cidadãos proeminentes que são verdadeiros paladinos do bem e da justiça. Como a Oprah, que consegue o apoio dos mais afortunados para ajudar os coitadinhos que nem têm sopa pa comer.
Eu sei que está é uma verdade que não querem ouvir, mas eu não tenho medo de dizer as verdades. Porque o mundo precisa de homens como o Bush que é pai de família, e tem muitos amigos a sério, que o ajudam quando ele esta triste. Eles são pessoas bem formadas, com bons empregos e acordam mais cedo para rezar pela paz mundial.

jeepers & eilantha

Wednesday, February 07, 2007

 

Concorda com a despenalização do aborto para os argumentos do não, até dia 11 de Fevereiro, se realizada em blog relativamente obscuro?

Hoje vamos debater a matança de inocentes, a chacina de bébés e o assassinio de crianças.

(...)

Afinal o representante da igreja católica desmarcou, e por mútuo acordo entre os presentes representantes das várias tendências ideológicas, vamos antes falar de interrupção voluntária da gravidez. Isto porque o tribunal constitucional achou que sim... que fazia sentido...

Só meia dúzia de coisas de rajada, que por mais óbvias que sejam, parece que há pessoas que não as conhecem...

- Despenalizar significa que não há possibilidade de ninguém ser perseguido por abortar. Legalizar, é diferente. Significa que o aborto já não é visto como um crime. Liberalizar, é ainda mais á frente, quer dizer que qualquer mulher pode abortar dentro de um prazo definido (24 semanas em Inglaterra), tendo a última palavra na questão. São coisas diferentes. Não têm nada que ver, e se bem que muita gente as misture propositadamente, não querem dizer o mesmo. Não vale a pena insistir em dizer que são o mesmo, porque não são. Se o aborto se tornar legal em portugal, num modelo de indicações (despenalização/legalização), é preciso que dois médicos concordem que há razões para o praticar. Se não, não se pratica. Se uma senhora casada, feliz e cheia de tusto for ter com um médico e lhe disser que quer abortar porque sim, isso não lhe é permitido. A não ser que o aborto seja liberalizado. Que é diferente de despenalizado.

- Além disso, a nossa senhora de fátima sabe tanto de aborto, como eu de tapeçaria de arraiolos. Sei que ela ta farta de escrever cartas à malta, mas, santa paciência, e perdoe-se a blasfémia, não é entidade de confiança no que diz respeito a direccionar sentidos de voto. Também se deve fazer orelhas moucas ao francisco louça quando ele engata o seu tom paternalista e começa a disparar sobre as coitadinhas das pobrezinhas das desgraçadinhas das mulheres mais desfavorecidazinhas. Apela tanto à razão, como meia dúzia de imagens de fetos desfeitos, ampliadas 15 vezes, na cybershot de qualquer quadro intermédio da opus dei.

- A seguir, e fintando estilo quaresma a questão estéril da definição do começo da vida humana, que ninguém venha dizer oócito fecundado é a mesma coisa que um bébé. Porque não é. Tudo não é igual a tudo, não há relativismos absolutos, e um ser humano não se esgota no seu código genético. Se o mesmo ovo fosse implantado em mulheres diferentes, estas teriam filhos diferentes, ou mesmo na mesma mulher em periodos diferentes. Além de haver a possibilidade de se formarem gemeos monozigoticos, de haver aborto espontâneo, entre outras. Por isso um ovo não é uma ''pessoa em potencia''. É uma série infinita de ''pessoas diferentes em potencia'' ou nenhuma pessoa mesmo. A constiuição não protege ''uma data de seres humanos diferentes, sendo que nenhum é, mas qualquer um pode vir a ser''. Protege a vida do ser humano.
Agora também é muito dificil concordar com os movimentos que só têm em conta os direitos da mulher... A dada altura temos que conferir os direitos constitucionais ao feto, e isso é seguramente antes do nascimento... Agora será que é antes das 10 semanas? Será que a finta não funcionou? Não sei... tenho medo de dizer que está é uma questão resolúvel...

- O não tem muitos argumentos. Não são todos completamente disparatados, nem impregnados de preconceitos, reliosidade superficial, hipocrisia e cinismo. Mas muitos são. Embora estes sejam de longe mais divertidos de escutar, é preciso não esquecer os outros. Assim, há pessoas que agora dizem que as mulheres deviam pensar em contracepção antes, para depois nem se pôr a questão de abortar, depois de dizerem que a contracepção é contra as palavras divinas do 'crescei e multiplicaí-vos', e que o preservativo é coisa do demo. Há pessoas que baseiam a argumentação no respeito pela mulher, chamam 'filho' ao embrião, porque a mulher grávida o faz, ficam embevecidos, fascinam-se, baseiam muito o que chamam 'defesa da vida' nesta interacção mas já não reconhecem à mulher faculdades para trilhar o caminho contrário.

- O problema das gravidezes indesejadas, é que são indesejadas. Assim, obrigar uma mulher que quer abortar a ter uma gravidez de termo, é pôr uma responsabilidade brutal nas mãos de uma pessoa que não está preparada para ela, e mais importante, que não a quer.

- O argumento que não há mulheres na prisão, e que por isso não é preciso alterar a lei, é contraproducente. Ridiculariza o remoto efeito dissuasor que a lei poderia eventualmente ter, e faz-nos perguntar para que serve uma lei que nunca é aplicada. Mesmo a proposta de crime sem pena... Para que serve definir um crime e não lhe imputar uma pena?
A lei só poderia dissuadir mulheres de abortar no sentido em que poderiam ter medo de enfrentar julgamento e humilhação públicos. Não parece que o medo a intimidação, e a humilhação sejam métodos legítimos ou sequer eficazes de tentar reduzir o aborto clandestino.

- As estatísticas internacionais parecem ser um ponto a favor do não. Apesar do Eurostat não ser exactamente uma entidade absolutamente idónea, muitas estatísticas parecem desenhar um aumento do aborto nos países que o liberalizaram. Convem ter em conta que:
- Há uma passagem gradual do aborto clandestino para a legalidade que dá origem a um aumento significativo durante os primeiros anos de legalização. Isto é para as combativas senhoras que no prós e contras apresentam bonitos gráficos que comparam os valores de aborto no primeiro ano da legalização, com os valores do ano passado, em vez de terem uma linha de evolução ao longo do tempo, tinham duas barras para maximizar o 'efeito de escancaramento da boca em consternação'. Essa apresentação é manipuladora, e a sua utilização ou é ingénua, ou perto de desonesta;
- O eurostat foi atingido por vários escândalos de fraude nos últimos anos... O que não tira a validade ás estatísticas, mas também faz mais do que levantar algumas sobrancelhas;
- A população aumentou. Logo o aborto aumentou com ela.
- Alguns deses países têm muito menos mulheres em idade fértil a fazer uso da pílula, em relação a portugal. Nomeadamente espanha, invocada vezes sem conta para comparações rápidas com a realidade Portuguesa. É natural que o aborto aumente mais lá do que cá.
- Por último, NÃO nos fiemos em estatísticas em números absolutos. Qualquer estatística que não tenha o número de abortos relacionado com o número de mulheres em idade fértil, comparados no tempo, tem tendência a complicar as coisas. Isto inclui: números absolutos e relações manhosas entre o número de abortos e a taxa de natalidade, o índice de fertilidade e outras coisas demais. Não quero dizer que esses factores não são importantes, antes que gosto de estatísticas simples.

- Enfim, e para a malta de direita em geral... Numa sociedade cada vez mais neo liberal em que se corta os orçamentos de serviços à população como sequoias no jardim novo de um madeireiro amazónico, vir agora, especificamente em relação a esta questão, dizer que se devia: ''ajudar a mulher, em vez de oferecer o aborto como única solução'', ''Melhorar os serviços de adopção'', ''Dar aulas de educação sexual'', ''Criar estruturas que apoem a maternidade''... é a definição de demagogia. Porque é verdade e é indesmentível mas é exactamente a malta de direita vai ser contra a expansão do estado, vai querer cortar servições públicos, para reduzir a despesa e agradar a bruxelas, vai condenar a educação sexual porque ''é imoral e leva a sexualidade desenfreada, aumentando a marginalização e o insucesso escolar''.
São as mesmas pessoas. Só que agora dá jeito ter um discurso social. o paulinho das feiras tornou obsoleto este médoto, por sobre utilização. Depois do Não ganhar (se o não ganhar...) quem é acredita que estes senhores vão continuar a defender isto?

Por último, porque é que o aborto havia de aumentar se a IVG for despenalizada?
Não me parece que haja muita gente por aí a conter uma incontrolável vontade de abortar para se divertir. São os próprios defensores do não que dizem que o aborto provoca extrema angústia e sentimento de perda. Porque é que havia de aumentar? Escolha as razões!

- O aborto invoca os nossos impulsos animalescos!
- O aborto dissolve a moral e os bons costumes!
- Vai haver muito mais sexo entre os jovens! (se ao menos fosse verdade...)
- As mulheres vão deixar de tomar a pílula, porque preferem abortar! É mais divertido!
- Os homens vão fazer muito mais pressão para as mulheres abortarem! (buuuu, os homens são todos uns cabrões qdo dá jeito!)
- Há pessoas mal intencionadas que vão abortar para venderem os tecidos fetais a outras pessoas mal intencionadas! (é um risco, mas porque é que no enquadramento juridico actual isto é impedido? Uma pessoa suficientemente mal formada para praticar este acto, vai deter-se por causa duma lei que nunca foi aplicada?!?)
- O zézé camarinha vai poder atacar à vontade!
- Os ursos polares vão dançar sapateado!

Tuesday, December 19, 2006

 

Acreditar em alguma coisa é melhor do que não acreditar em nada. Mas se vão correr a increver-se numa seita suicida, mais vale irem ver televisão.

O problema são os roupões. Deixam entrar o frio por baixo, e quando caimos redondos depois de bebermos o ponche de cianeto, é provável que as nossas partes púdicas fiquem à mostra. Derivado ao frio que entrou antes, é provável que haja um efeito shrinkage que dê origem a gargalhadas em vez de consternação, quando abrirem as catacumbas sagradas.
O outro problema começa, como quase todas as histórias de expectativas frustradas, numa esperança. Uma fagulha que nos faz sentir bem. Um chama que traz a força da ilusão de uma certeza. E as pessoas adoram certezas. Mesmo muito. Chão sólido debaixo dos pés, camas de gaveta, rentes ao chão, sem espaço para alojamento de inseguranças, que crescem como bolas de cotão e deixam o sabor amargo da angústia, quando reparamos que vamos ter muito trabalho para as limpar. Transtorna totalmente a ideia de macacos no sotão. De maneira gradual e insidiosa começamos a ver filmes bonitos na nossa imaginação, de coisas boas que gostavamos que fossem reais, e que o nosso cerebro num impulso bizarro de mosoquismo se encarrega de tornar plausíveis e verossimeis. Mesmo que sejam mais improváveis que ganhar o euromilhões sem apostar. Que são as mesmas hipoteses de um raio atingir um submarino num copo de água. Subitamente, parece que nós vamos estudar que nem maníacos, dotados de sentido de responsabilidade divino, ou que tudo o que aquela rapariga que não nos sai da cabeça faz, é no sentido de nos engatar, ou que o sporting vai ser campeão, ou mesmo que vamos ganhar o euromilhões. Pois. O que quero dizer restringe-se mais à rapariga, o resto é para disfarçar. Vou transcrescrever um excerto que um ''amigo'' escreveu:
''Tenho que confessar um atraso de desenvolvimento nesta fase. Se gosto de uma rapariga, não sou capaz de o mostrar convenientemente. Como ditam as normas de cortejo da nossa bela sociedade. Em vez disso começo tipo puto no recreio a ignorá-la e mesmo a ser desagradável. Tal qual Freud esplicou na sua complexa teoria da sexualidade. Quando era mais novo, no recreio, atirava-lhes areia, ou puxava-lhes o cabelo, ou dava-lhes pontapés nas canelas. Na ladiesnight da discoteca local na semana passada voltei a por em prática estas técnicas de engate, mas, ou o meu hálito deixou a desejar, ou há menos raparigas a ler freud que eu imaginei. Quando vieram os seguranças e utilizaram algumas das técnicas em mim, tentei explicar-lhes que não tinha qualquer interesse em interacções alegres, mas eles lá continuaram com o mesmo ritual de cortejo que eu tinha posto em prática com várias raparigas... No fim, lá perceberam e ficaram-se só por me dar uma grande carga de porrada, sem contactos alegres''.
Não sei porquê... Não sei. Mas um texto tresloucado é a melhor maneira de recomeçar a escrever!

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