Monday, January 30, 2006

 

Gosto muito de mémés!

Ontem ouvi um belo discurso sobre a crise. As maneiras através das quais a crise afecta toda a nossa estrutura económica, desde o governo ás empresas. As razões pelas quais isto acontecia, e as implicações que daí devíamos tirar. O pessimismo, a mania do desenrascanço, a falta de disciplina. Pareceu-me que apresentavam a crise como qualquer coisa congénita, decorrente de algo que corria no sangue do povo português, inevitável consequência da nossa personalidade rasca. Logo, o que temos de alterar é a nossa maneira de ser, e a crise vai desaparecer, por artes mágicas. Não é das melhores provas de inteligência que já dei, começar a ouvir as conversas de outras pessoas nos cafés. Até porque depois tenho que reprimir a vontade de meter o bedelho, ou agredir alguém com aquelas cadeira de metal de arestas rombas e aspecto doloroso.
O que se passava é que no jornal que estava a ler, estava a declaração de lucros anual do BCP. Em 2005, os lucros deste balcão fora de 753 milhões de euros. Uma subida 24% em relação ao ano passado. Acho que a maior subida da história do banco.
Ao mesmo tempo, se calhar por causa da crise, vai rescindir com 500 pessoas, e passar o fundo de pensões dos seus empregados para o estado. Que simpáticos!!!
A CGD teve uma subida de 50% nos lucros, o Totta 32%, só no primeiro semestre, o BES 20%, nos 3 primeiros trimestres. Isto para falar só nos bancos.
A crise... Qual crise? As coisas estão mais caras. O desemprego subiu. O nível de vida desceu. Os gestores dos bancos são génios e os tipos que estão no governo são incompetentes até à medula. É a única conclusão a que chego. O problema é que eles são frequentemente os mesmos... Metade dos tipos do governo vieram de um conselho de administração de qualquer coisa, e a outra metade vão ser membros de um conselhos de administração de qualquer coisa, depois de serem do governo. São os mesmos gajos que dizem que a solução para a crise é subir os salários das pessoas abaixo da inflação, rescindir com milhares de funcionários públicos, tirar direitos (que chamam de regalias) à malta que não pertence ao conselho de administração de nada e subir os impostos. O que é o mesmo que dizer que a solução para o desemprego, a descida do nível de vida e a subida dos preços é despedir pessoas, baixar os salários, e destruir a qualidade dos empregos das que sobram. A solução para a crise, é torna-la pior....
Ok. Eu devo ser mesmo muito estúpido.

Até o Pai Natal parece afectado por esta crise de que falam há tantos anos, que deixou de ser crise, para ser o estado normal, pelo menos no que diz respeito ao discurso dos fabricantes de opinião. Deve ter penhorado o trenó e vendido as renas ao circo, para pagar o seu nível de vida acima das suas possibilidades. Como resultado, no natal passado, foi vê-lo a subir prédios, agarrado a uma corda. Não havia um prédio, uma vivenda com crianças, um negócio familiar supostamente moderno, que não tivesse um pai natal a escalar a fachada. Ora que eu saiba, o Pai Natal é velho. Quando as pessoas pertencem a uma faixa etária tão avançada, têm dificuldade em subir escadas sem gemerem por todos os lados. O Pai Natal também é gordo. A acrescentar aos problemas óbvios criados pelo excesso de peso deve ter problemas cardiovasculares. A obesidade também se relaciona com um aumentar da resistência periférica à insulina logo, muito provavelmente, deve sofrer de diabetes. Assim, querem fazer alguém acreditar que é um velho gordo diabético, com um saco cheio de tralha ao ombro, anda praí a subir a prédios agarrado a uma corda como se fosse um fuzileiro em treino de campo é simplesmente senil. É estúpido. É um golpe de marketing sem ponta de credibilidade. O que equivale a dizer que é marketing puro. Ouvi ainda especulações afoitas que o trenó mágico em que ele se costumava deslocar, foi resultado de um subsídio de invalidez pedido á caixa, em que um certo nepotismo desempenhou um papel fundamental. Nepotismo esse, que não serviu de nada face à política de contenção orçamental, destruição de direitos e descaracterização de carreiras, posta em prática por uma geração de homens de estado. Terão existido de facto ‘incentivos’ para que vários colunistas escrevessem sobre o ‘desperdício’, o ‘chico-espertismo’ e o ‘oportunismo’ a que a anterior legislação era permissiva? Existiriam pessoas mal intencionadas a fabricar piadas brejeiras acerca dos hábitos que o Pai Natal teria de coçar os tim-tims, pois sentia-se protegido pelo fato de pertencer ao quadro? Estaremos na face de uma conspiração, que oculta por um ‘’ah, tu não queres é fazer nada porque és da função pública, por isso vamos baixar-te o salário, flexibilizar-te as funções, precarizar o teu contrato, e levar-te o trenó’’, visa na realidade poupar dinheiro para poder incluir mais tachos, frigideiras e panelas de pressão no já extenso trem de cozinha que é o governo português? Ou pior do que isso, poupar dinheiro para que aqueles que generosamente financiam as campanhas eleitorais dos partidos do centro, possam pagar ainda menos impostos?
Isso deixa-me em maus lençóis, porque que o Sócrates é uma marioneta, já todos sabíamos, mas será que este natal fez de Grinch? Ou será que usou cartola e roubou o natal numa peça de teatro mais ao estilo de Dickens? Inclino-me mais para a primeira, porque representar, como mentir, é uma coisa que ele definitivamente não sabe fazer.

Ah, também é verdade que o Cavaco ganhou as eleições... com a ajuda do Soares. É que o senhor fez uma campanha tão reles, tão pobrezinha, que parecia que o próprio PS queria que o Cavaco ganhasse. Era vê-lo todo satisfeito, com um ar desenvolto nitidamente forçado, estilo tia de 50 anos na discoteca a querer dar a ideia que tinha menos 30 anos. É que ele assim acabou por confundir as pessoas, que pensaram que, se ele tinha convulsões, talvez fosse epiléptico. E isso não é uma condição desejável num presidente da república. Imaginem-no a cumprimentar um líder estrangeiro, a apertar-lhe a mão, a deitar a língua de fora a revirar os olhos e a espumar-se todo. Se ele queria que a mensagem passasse devia ter-se vestido de mini-saia apertada cor de leopardo, saltos altos, maquilhagem aberrante, e meias de rede. É isso que fazem as pessoas que querem parecer mais novas. Não andam à porrada com antigos militares, nem se põem a gritar e a agitar o dedo enquanto gritam discursos sobre insignificâncias. Nem se colam sucessivamente a um governo do partido que foi esmagado nas últimas eleições (autárquicas). E assim o Cavaco, com aquela cara de cera, e aquela expressão de quem já sofreu três AVCs, teve maioria absoluta. Parabéns ao senhor.

Meanwhile, tou cansado de escrever. Vou estudar.

Viva o rock da transilvania! Gosto muito de mémés, de mémés, de mémés! Gosto muito de rebanhos, e de banhos e de banhos!

 

Big dogs, Big dogs, jumping at my face!!!!!!!!!!

Hoje tou com vontade de dizer mal do governo. Vou escrever um texto longo e entedieante sobre coisas que me estão a revoltar. Quero dinheiro!!!

A propósito a noitada no bairro alto, sexta passada, foi espectacular!! Talvez a melhor que já fui! Apesar do frio e por causa do alcool!

Obrigado Vera e Cláudia por me aturarem!

Posto isto, só me falta dizer....

Quando vamos outra vez??????

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